Lucivânio Jatobá
A metástase da corrupção atingiu praticamente todos os órgãos públicos e inclusive os privados. Nada escapa à sanha devastadora desse processo . Em média, por semana, um grande escândalo de corrupção pipoca aqui, outro acolá... sempre envolvendo milhões a bilhões de reais, muito desse dinheiro advindo dos nossos impostos que pagamos desde o ato de comprar um pacote de café até o que é subtraído dos salários, via imposto de renda.
A sanha da corrupção é incontrolável, indomável! Hoje, 17 de abril de 2011, por exemplo, a Carta Capital publicou, no seu site, que a Polícia Federal acabou de descobrir, mediante a exitosa Operação Alquímia, o desvio de mais de um bilhão de reais. Não leu direito? Não entendeu bem? Repito: 1 bilhão de reais! Há poucas semanas, escândalos atingiram ministros, ministérios, funcionários etc. Semanas anteriores a essas , outros organismos públicos foram englobados pela metástase. Os órgãos se decompõem... Um fedor insuportável se sente na atmosfera nacional.
O Brasil agoniza! Desgraçadamente agoniza num momento em que estava saindo de um estado de letargia doentio, de anos de estagnação.
O Brasil possui 81 senadores. Destes , apenas 8 demonstraram interesse em formar uma urgentíssima frente , numa espécie de recurso derradeiro, contra a metástase. Somente 8 ( oito) senadores ! Inacreditável...
E quando se fala em combater a metástase, um vírus muito resistente às terapias convencionais, que os comentaristas políticos denominam de "base aliada", entra em ação pela corrente sanguínea do Poder Central e logo o corpo nacional demonstra fragilidade orgânica e mergulha em estado febril. Aplicam-se de imediato liberações de substâncias, que supõem eficientes, as liberações de verbas, injetadas às pressas. A faxina no organismo é logo detida. O vírus avança. Esse vírus não admite algemas! Esse vírus não tolera punições! Esse vírus quer mais e mais benesses! Esse vírus não tem ética! Esse vírus odeia a imprensa! Esse vírus, ah! esse vírus... E aí de quem não atendê-lo. E ai de quem impedir o seu livre trânsito no tecido nacional.
Há uma maioria silenciosa que a tudo assiste. Um dia essa maioria despertará como nos diz Chico Buarque em Rosa -dos-Ventos:
" Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar "
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar "
2 comentários:
Gostei bastante dos seus textos, professor. Parabéns. Eles nos fazem parar e refletir sobre o que fazemos, o que fizemos, o que faremos e o que deixamos de fazer neste país de tantos contrastes e adversidades. Mais uma vez, Parabéns. E, por favor, não pare de escrever. Continue nos presenteando com textos esclarecedores. Obrigada por sua contribuição.
Muito obrigado, amigo!
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