7.3.15

MEU PROGRAMA MPB CONCERTO , NA RÁDIO CAPIBARIBE DO RECIFE

BOM DIA, AMIGOS!

O meu Bom Dia hoje é musical... Faço um convite para que vcs. acessem o link a seguir, no Youtube, e escutem o meu programa MPB Concerto, do dia 01 de março de 2015, no qual entrevisto um jovem e promissor cantor e compositor- LÊ GUEDES- e a professora e poetisa Carmen Lucia Couto.
Escutem e se possível divulguem o Programa, que é um dos poucos de "Resistência Musical", pelo menos no Nordeste brasileiro..


https://www.youtube.com/watch?v=GlQd7UDsHsE&feature=youtu.be




RENÚNCIA


Renunciei a mais uma dose de Montilla. Montei no magro cavalo e danei-me pelo mundo... Busquei a sombra de uma frondosa e solitária árvore, subi, depois, a encosta íngreme , rochosa e atirei-me ao mar bravio que me observava indiferentemente. Renunciei à culpa ontológica que me perseguia. Tive a breve sensação de que, como Ícaro, voava, voava, rumo ao desconhecido.  (Publicado no Grupo "Curta Escritos, do Facebook, em 7-março-205)


24.1.15

O SOM DO VENTO
( Para os poetas: Vernaide Wanderley, Chico de Assis e Clovis )

Enquanto tento reler o capítulo final de São Bernardo, obra magistral de Graciliano Ramos, um vento insistente ruidosamente busca ultrapassar uma brecha aberta na porta de vidro do meu apartamento. Um uivo insistente me incomoda. Busco esquecê-lo. Concentro-me, em vão, nas frases de Paulo Honório.
O que esse vento tem pra me dizer? De onde vem essa corrente de ar que atravessa mares, planícies e avenidas e desemboca logo sobre meu espaço? Por que insiste em me incomodar? Por que não me deixa compreender , sob um novo prisma que a maturidade de leitor me permite estabelecer, a figura triste, por demais solitária e aparentemente má de Paulo Honório? Quero saber o porquê dessa figura da obra do escritor das Alagoas não ter um mínimo de peso na consciência, quando diz que “ faria tudo outra vez”, mesmo sabendo os males que causou a tantas pessoas.
De novo o uivo do vento alísio de sudeste em minha porta. Olho uma velha garrafa de uísque. Sinto uma vontade de tomar uma dose dupla, encerrar a leitura e ligar para alguém. Preciso de um mínimo de concentração. Crio ódio de Paulo Honório e do pio da coruja, referido páginas antes pelo escritor... Por que foste tão mau, homem rude?
Abstenho-me de uma dose. Insisto na leitura , escuto o vento que não me abandona e tento compreender as frases metafóricas dele.
Talvez seja melhor ouvir Bob Dylan e mergulhar num passado quase inumado na minha mente. Há um tempo em que a resposta para muitas coisas pode estar no vento.
How many roads must a man walk down,
Before you can call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes, and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind”

12.8.14

O LIVRO " TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA FÍSICA"


Estimados amigos,
       estamos colocando à disposição dos interessados o nosso novo livro 'TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA FÍSICA", escrito  por Lucivânio Jatobá, Rachel Caldas Lins e Alineaurea Florentino Silva.
       E´um trabalho que se volta para alguns temas  do âmbito da Geografia Física, tais como Geomorfologia, Climatologia, Pedologia, Processos Erosivos e Geohistória.  Destina-se a estudantes de Geografia, Geologia, Ciências Ambientais, Biologia e Agronomia, bem como a professores dos níveis Fundamental e Médio de Ensino.  E´ um trabalho redigido com  uma linguagem simples, objetiva e  uma forte preocupação didática para facilitar o processo ensino-aprendizagem.
       Caso tenham interesse em   adquirí-lo, podem entrar em contato conosco pelo e-mail: lucivaniojatoba@uol.com.br  O livro poderá ser enviado pelos Correios, via Correspondência Normal, que é de custo bem menor.

ESTRUTURA DO LIVRO
1- A GEOMORFOLOGIA
2- O RELEVO TERRESTRE E AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
3-OS PROCESSOS FUNDAMENTAIS DA EROSÃO
4- O RELEVO DE CUESTAS
5- CONDIÇÕES NATURAIS E USO DO SOLO
6- UMA BREVE CARACTERIZAÇÃO DA GEOHISTÓRIA DO BAIXO CURSO DO RIO CAPIBARIBE



     

22.4.14

AS CHUVAS DE 22 DE ABRIL DE 2014 NO RECIFE


UM EPISÓDIO CONSIDERÁVEL DE CHUVAS NA MADRUGADA DE TERÇA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2014, NO RECIFE




                Perto do final da madrugada de 22 de abril de 2014,  evento de chuvas fortes atingiu a Região Metropolitana do Recife e alguns municípios da Zona da Mata de PE. Foi algo de formação tão rápida que tornou impossível a previsão exata do acontecimento.
                Por que ocorreu esse evento?
                Algumas razões podem ser apontadas:
1-      O   domingo e a segunda-feira tiveram uma baixíssima nebulosidade na área  do evento meteorológico. A insolação foi bastante forte , o que implicou, obviamente, no aquecimento mais significativo  do oceano, nas suas águas  superficiais.
2-      Esse aquecimento , que ficou mais forte à noite e em especial na madrugada, implicou no ascensão do ar, carregado de muita  umidade.
3-      Estavam soprando, na área, ventos de sudeste advindos de um centro de altas pressões. Por outro lado, fluxos de ar com deslocamento até um pouco anômalo  de direção sudoeste, vindos da Amazônia e do Brasil Central,  convergiram para uma área de baixa pressão que se instalou sobre a parte oriental de Pernambuco.  Para essa mesma área se deslocaram os fluxos dos alísios de Sudeste.  Deu-se, portanto, uma zona de instabilidade atmosférica com convergência e ascensão  de ventos úmidos.

4-      A partir do encontro desses dois fluxos de ar distintos, a nebulosidade acentuou-se, com a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, indicadoras de instabilidade atmosférica.  As chuvas ocorreram, então, atingindo aproximadamente 100 mm em poucas horas.


21.4.14

SITUAÇÃO ATMOSFÉRICA DA AMÉRICA DO SUL ( 21/4/2014)

Situação atmosférica   na América do Sul no dia 21 de abril de 2014. A Zona de convergência Intertropical avança sobre o Nordeste brasileiro.. Um Centro de Altas Pressões, acompanhados de ventos de sudeste  instalou-se sobre o interior do Nordeste, determinando tempo estável. Um fluxo de ar úmido sai da Amazônia e desloca-se para o Centro-Sul do país ( "Rio voador ) , mostrando nitidamente a influência da evapotranspiração potencial da floresta sobre a formação das nuvens.

20.4.14

QUAL A FRUSTRAÇÃO MAIOR ?




QUAL A  FRUSTRAÇÃO MAIOR?

                Naquela quarta-feira de abril histórica, uma ansiedade imensa tomou conta de mim e de quase a totalidade da população esclarecida do país. Ía ser votado, no Congresso Nacional , uma Emenda que estabeleceria o retorno das Eleições Diretas para a Presidência da República e Governos Estaduais.  Torcia loucamente para que a Emenda fosse aprovada. Havia em mim um desejo  incontrolável de  votar, pela primeira vez na vida, para Presidente da República.     Na noite daquele dia os noticiários  anunciavam a derrota da Emenda e o seu arquivamento . O país continuaria sem poder ter eleições diretas para aquele cargo.   Que decepção eu tive!
            Em  15 de janeiro de 1985, o político matreiro  e articulador,  Tancredo Neves,  participa das eleições indiretas para Presidente da República, e vence no Colégio Eleitoral o deputado Paulo Maluf , que não era bem-visto nem pelo Governo a quem servia, e atualmente um lulista de carteirinha.  Venceu  Tancredo , mas não assumiu o cargo. Uma doença misteriosa, até hoje não esclarecida,   o acometeu exatamente na véspera da Posse.  Assumiu o Vice, José Sarney.  E tome mais outra frustração nacional!
Depois , com a Nova Constituição da República Federativa do Brasil, são eleitos livremente  pelas massas populares : Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio e Dilma.  O país passou então a conviver, quase que semanalmente, desde então, com um escândalo cada vez maior do que  o outro. A corrupção, que sempre existiu ,desde a fase colonial do país,  institucionalizou-se. Espalhou-se por todo o tecido nacional. Criou-se uma neoética que pode ser assim resumida:  “ Ora! Sempre se roubou!”
Não sei, juro que não sei dizer-lhes  qual foi a minha maior frustração  desde a noite de 25 de abril de 1984. Estou mentindo para vocês; eu sei muito bem qual foi a minha maior frustração, sim!



A IMPORTÂNCIA DAS GRANDES ÁRVORES

Transcrevo, a seguir, um pequeno artigo a respeito da importância desempenhada pelas árvores de grande porte na questão do sequestro do Carbono.  O artigo é  do pessoal do Greenpeace. Trata-se de um comentário  pertinente  sobre um outro artigo , publicado na revista Nature.

" Um artigo publicado na revista Nature (leia aqui, em inglês), uma das mais prestigiadas publicações do meio acadêmico, demonstrou que árvores grandes e maduras têm um importante papel para ajudar a regular a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera.
Até agora pensava-se que só as jovens florestas capturavam carbono da atmosfera, durante seu crescimento, enquanto as mais antigas, chamadas de florestas primárias, apenas armazenavam esse carbono. No entanto, vários estudos recentes têm demonstrado que as florestas primárias intactas também captam o carbono da atmosfera.
Os pesquisadores descobriram que a absorção de carbono das árvores aumenta continuamente com o seu tamanho, porque a área total da folha aumenta à medida que ela cresce. Isso permite que as árvores mais antigas e de maiores dimensões absorvam mais carbono da atmosfera.
Os autores do estudo advertem, no entanto, que as florestas têm dinâmicas complexas: árvores de grande porte estão sujeitas a taxas de mortalidade mais elevadas do que as árvores mais novas; e o número de árvores em uma determinada área pode ser maior em uma floresta jovem. Ainda assim, fica evidente que as grandes árvores antigas são muito importantes, não só para a biodiversidade, mas também para a absorção e o armazenamento de carbono.
O duplo golpe do desmatamento
As florestas, além de serem ricas em biodiversidade e fornecerem serviços essenciais para o ecossistema, armazenam aproximadamente 300 bilhões de toneladas de carbono – cerca de 30 vezes o montante anual de emissões causadas pela queima de combustíveis fosseis. O problema é que, quando elas são degradadas ou destruídas, esse carbono é liberado na atmosfera. Para piorar, grande parte do desmatamento ocorre em florestas primárias, que contém essas árvores mais antigas. 
Portanto, esse novo estudo evidencia o duplo golpe que o desmatamento causa para as florestas: ele não só libera carbono na atmosfera, contribuindo para os efeitos de mudança climática, como também remove uma superfície capaz de absorver as emissões de carbono da humanidade. Daí a importância de lutar para acabar com a destruição de nossas florestas. "

19.4.14

SAUDADE DE JULIE ANDREWS


Saudade de Julie Andrews! Saudade da Noviça Rebelde, filme inesquecível!  Escutem-na:


Eis uma magnífica Cb, ou seja, uma nuvem Cúmulo-Nimbo. E´uma massa imensa d'água, que se desenvolve verticalmente. Essa nuvem gera, normalmente, tempestades localizadas, acompanhadas de raios e trovões. É esse tipo de nuvem que acompanha o sistema atmosférico que causa as chuvas de verão,  retardadas para outono de boa parte do semiárido brasileiro, denominado Zona de Convergência Intertropical. 

CORAÇÃO MATERNO

Há músicas que marcam a pessoa para sempre. No meu caso, foi Coração Materno, de Vicente Celestino, há muitas décadas.
Minha mãe, muitas vezes, ninava-me ou me colocava para ouvir essa canção na radiola. A música era o ápice da letra dramática, extremamente dramática, brasileira da canção popular.
Os versos descrevem o amor sem medidas de um Campônio por uma moça. O Campônio quer provar à idolatrada que a ama e quer que ela lhe peça algo. A amada exige que, para provar que ele a ama, arranque o coração da mãe e traga-lhe.
Os versos me apavoravam, pois imaginava isso acontecendo com minha mãe. Contudo, adorava, paradoxalmente, ouvir Coração Materno no vinil de 78 rpm.
Nunca esqueci os versos, por mais trágicos que fossem....
Apavorava-me com os versos finais:

"Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
"Vitória, vitória, tem minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
"Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou,
Vem buscar-me que ainda sou teu!"

Eis a canção, na extraordinária interpretação de Cida Moreira.
Eis a magnífica interpretação de Caetano Veloso  para Coração materno

O  MEDO

      Quarta-feira, à  noite, da Semana Santa de 2014,  fui forçado a terminar mais cedo a minha aula de Análise Climática. Discutía, com meus queridos alunos, um tema importantíssimo para a questão ambiental, as relações  entre  o Sol e a Terra. Apenas uns 15% de uma turma de 30 alunos compareceram  à aula. Estranhei. Não pensei em boicote , pois os alunos nunca me fizeram tal desfeita durante as décadas em que leciono na UFPE. O que estava acontecendo para tal esvaziamento, sobretudo no dia em que resolvi analisar a questão das secas  e os ciclos de manchas solares?
      Sentindo no ar um misterioso “clima de apreensão” na turma, resolvi encerrar a aula antes do tempo.  Uma aluna percebendo o meu constrangimento , conversou comigo:
- Professor, o senhor desculpe pela falta dos colegas. E´que está todo mundo apavorado para  pegar um ônibus, pois hoje é dia do jogo do Sport com o Náutico.]
- Sim, mas por que  isso? – indaguei.
E´que agora , quando tem jogo, podemos ser agredidos , violentadas e até mortos dentro dos ônibus!!!!  São as torcidas organizadas, professor!
       Voltei para minha casa muito preocupado com a segurança daqueles meninos e meninas que  vão à Universidade em busca do conhecimento  e mergulham no mundo do medo.  Já tive de dois anos para cá três alunas que foram assaltadas dentro do campus e uma colega   professora agredida por um bandido enquanto saía do Gabinete dela em direção à sala de aula.

       Em cada esquina do país, o deus Pan aguarda os que saem de casa.


AS ATRIZES
       Considero As Atrizes uma das mais belas composições da fase subatual de Chico Buarque. O tema traz à baila o saudosismo , ao retratar a fixação que nós, meninos dos anos 1960, tínhamos nas mulheres lindas que povoavam a nossa imaginação a partir das imagens delas que víamos estampadas na tela dos cinemas. Elas eram as nossas amantes,  das quais não  sentíamos ciúmes. Eram amadas por nós na solidão de um quarto ou de um banheiro.
        Pouco conhecida, a canção As Atrizes merece destaque no nosso Blog.
        Eis os versos:

As Atrizes


Chico Buarque

Naturalmente
ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
Os meus olhos infantis
Só cuidavam delas
Corpos errantes
Peitinhos assaz
Bundinhas assim
Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim

Para ouvir a canção, na interpretação de Chico Buarque , clique em:
https://www.youtube.com/watch?v=gltPveqepCI