QUAL A FRUSTRAÇÃO MAIOR?
Naquela
quarta-feira de abril histórica, uma ansiedade imensa tomou conta de mim e de
quase a totalidade da população esclarecida do país. Ía ser votado, no
Congresso Nacional , uma Emenda que estabeleceria o retorno das Eleições
Diretas para a Presidência da República e Governos Estaduais. Torcia loucamente para que a Emenda fosse
aprovada. Havia em mim um desejo
incontrolável de votar, pela
primeira vez na vida, para Presidente da República. Na noite daquele dia os noticiários anunciavam a derrota da Emenda e o seu
arquivamento . O país continuaria sem poder ter eleições diretas para aquele
cargo. Que decepção eu tive!
Em 15 de janeiro de 1985, o político matreiro e articulador, Tancredo Neves, participa das eleições indiretas para
Presidente da República, e vence no Colégio Eleitoral o deputado Paulo Maluf ,
que não era bem-visto nem pelo Governo a quem servia, e atualmente um lulista
de carteirinha. Venceu Tancredo , mas não assumiu o cargo. Uma
doença misteriosa, até hoje não esclarecida, o acometeu exatamente na véspera da Posse. Assumiu o Vice, José Sarney. E tome mais outra frustração nacional!
Depois , com a Nova Constituição da República Federativa do
Brasil, são eleitos livremente pelas massas populares : Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso,
Luis Inácio e Dilma. O país passou então
a conviver, quase que semanalmente, desde então, com um escândalo cada vez
maior do que o outro. A corrupção, que
sempre existiu ,desde a fase colonial do país,
institucionalizou-se. Espalhou-se por todo o tecido nacional. Criou-se uma neoética que pode ser assim
resumida: “ Ora! Sempre se roubou!”
Não sei, juro que não sei dizer-lhes qual foi a minha maior frustração desde a noite de 25 de abril de 1984. Estou
mentindo para vocês; eu sei muito bem qual foi a minha maior frustração, sim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário