UMA NOVA ÉTICA
Sábado, dia 21 de dezembro de 2012, vinha
com meus alunos numa excursão didática, pela BR 101, quando, de repente, avistei a cena chocante: um caminhão de
carga virado, na rodovia, engarrafamento
e as mercadorias que transportava espalhadas pela estrada. Isso tudo nas
proximidades da cidade de Goiana, Zona da Mata Norte de PE.
O que me chocou mais nem foi a violência
do desastre, mas a violência das pessoas que, de carro, paravam para saquear a
carga. Pude ver uns elementos-
utilizando o jargão de Delegacia de Polícia-
chegando numa FIAT e correndo
para pegar sacos enormes de mercadorias, às vistas de todos. Todos os elementos se achavam com o direito
de “expropriar” a carga, como se isso fosse o “normal”. Como se a propriedade
privada no nosso país tivesse sido, na prática , abolida. E mais, como se a
solidariedade humana houvesse sido apagada da convivência humana. Nem os animais inferiores comportam-se assim. É como se uma neoética estivesse sendo materializada no país, surgindo não sei
de onde. ( Na verdade, todos sabem de onde
surge).
Essa mesma cena de “saque rodoviário”, feito tranquilamente à luz do
dia e sob as vistas indiferentes de autoridades policiais, tornou-se algo comum
no Brasil. Muitas vezes, o coitado do motorista está lá agonizando, entre
ferragens retorcidas, sangrando, e as pessoas, incapazes de um gesto humanitário, preocupadas unicamente em afanar o que o
coitado transportava. O país parece está se dirigindo velozmente para a barbárie.
O país necessita urgentemente deter essa
onda gigantesca de amoralidade e restabelecer a ordem e o direito à propriedade
privada que, me parece, ainda está lá na Constituição nossa, antes que seja tarde
demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário