26.12.12


 UMA NOVA ÉTICA

     Sábado, dia 21 de dezembro de 2012, vinha com meus alunos numa excursão didática, pela BR 101, quando, de repente,  avistei a cena chocante: um caminhão de carga  virado, na rodovia, engarrafamento e as mercadorias que transportava espalhadas pela estrada. Isso tudo nas proximidades da cidade de Goiana, Zona da Mata Norte de PE.
     O que me chocou mais  nem foi a violência do desastre, mas a violência das pessoas que, de carro, paravam para saquear a carga.  Pude ver uns elementos- utilizando o jargão de Delegacia de Polícia-  chegando numa FIAT e  correndo para pegar sacos enormes de mercadorias, às vistas de todos.  Todos os elementos se achavam com o direito de “expropriar” a carga, como se isso fosse o “normal”. Como se a propriedade privada no nosso país tivesse sido, na prática , abolida. E mais, como se a solidariedade humana houvesse sido apagada da convivência humana.   Nem os animais inferiores comportam-se assim. É  como se uma neoética estivesse sendo materializada no país, surgindo não sei de onde. ( Na verdade, todos sabem de onde  surge).
      Essa mesma cena de “saque  rodoviário”, feito tranquilamente à luz do dia e sob as vistas indiferentes de autoridades policiais, tornou-se algo comum no Brasil. Muitas vezes, o coitado do motorista está lá agonizando, entre ferragens retorcidas, sangrando, e as pessoas, incapazes de um gesto humanitário,  preocupadas unicamente em afanar o que o coitado transportava. O país parece está se dirigindo velozmente  para a barbárie.
      O país necessita urgentemente deter essa onda gigantesca de amoralidade e restabelecer a ordem e o direito à propriedade privada que, me parece, ainda está lá na Constituição nossa, antes que seja tarde demais.

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