12.8.14
O LIVRO " TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA FÍSICA"
Estimados amigos,
estamos colocando à disposição dos interessados o nosso novo livro 'TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA FÍSICA", escrito por Lucivânio Jatobá, Rachel Caldas Lins e Alineaurea Florentino Silva.
E´um trabalho que se volta para alguns temas do âmbito da Geografia Física, tais como Geomorfologia, Climatologia, Pedologia, Processos Erosivos e Geohistória. Destina-se a estudantes de Geografia, Geologia, Ciências Ambientais, Biologia e Agronomia, bem como a professores dos níveis Fundamental e Médio de Ensino. E´ um trabalho redigido com uma linguagem simples, objetiva e uma forte preocupação didática para facilitar o processo ensino-aprendizagem.
Caso tenham interesse em adquirí-lo, podem entrar em contato conosco pelo e-mail: lucivaniojatoba@uol.com.br O livro poderá ser enviado pelos Correios, via Correspondência Normal, que é de custo bem menor.
ESTRUTURA DO LIVRO
1- A GEOMORFOLOGIA
2- O RELEVO TERRESTRE E AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
3-OS PROCESSOS FUNDAMENTAIS DA EROSÃO
4- O RELEVO DE CUESTAS
5- CONDIÇÕES NATURAIS E USO DO SOLO
6- UMA BREVE CARACTERIZAÇÃO DA GEOHISTÓRIA DO BAIXO CURSO DO RIO CAPIBARIBE
22.4.14
AS CHUVAS DE 22 DE ABRIL DE 2014 NO RECIFE
UM EPISÓDIO CONSIDERÁVEL DE CHUVAS NA MADRUGADA DE TERÇA-FEIRA, 22 DE
ABRIL DE 2014, NO RECIFE
Perto
do final da madrugada de 22 de abril de 2014, evento de chuvas fortes atingiu a Região
Metropolitana do Recife e alguns municípios da Zona da Mata de PE. Foi algo de
formação tão rápida que tornou impossível a previsão exata do acontecimento.
Por
que ocorreu esse evento?
Algumas
razões podem ser apontadas:
1-
O
domingo e a segunda-feira tiveram uma baixíssima nebulosidade na área do evento meteorológico. A insolação foi
bastante forte , o que implicou, obviamente, no aquecimento mais significativo do oceano, nas suas águas superficiais.
2-
Esse aquecimento , que ficou mais forte à noite
e em especial na madrugada, implicou no ascensão do ar, carregado de muita umidade.
3-
Estavam soprando, na área, ventos de sudeste
advindos de um centro de altas pressões. Por outro lado, fluxos de ar com
deslocamento até um pouco anômalo de
direção sudoeste, vindos da Amazônia e do Brasil Central, convergiram para uma área de baixa pressão que
se instalou sobre a parte oriental de Pernambuco. Para essa mesma área se deslocaram os fluxos
dos alísios de Sudeste. Deu-se, portanto,
uma zona de instabilidade atmosférica com convergência e ascensão de ventos úmidos.
4-
A partir do encontro desses dois fluxos de ar
distintos, a nebulosidade acentuou-se, com a formação de nuvens de
desenvolvimento vertical, indicadoras de instabilidade atmosférica. As chuvas ocorreram, então, atingindo
aproximadamente 100 mm em poucas horas.
21.4.14
SITUAÇÃO ATMOSFÉRICA DA AMÉRICA DO SUL ( 21/4/2014)
Situação atmosférica na América do Sul no dia 21 de abril de 2014. A Zona de convergência Intertropical avança sobre o Nordeste brasileiro.. Um Centro de Altas Pressões, acompanhados de ventos de sudeste instalou-se sobre o interior do Nordeste, determinando tempo estável. Um fluxo de ar úmido sai da Amazônia e desloca-se para o Centro-Sul do país ( "Rio voador ) , mostrando nitidamente a influência da evapotranspiração potencial da floresta sobre a formação das nuvens.
20.4.14
QUAL A FRUSTRAÇÃO MAIOR ?
QUAL A FRUSTRAÇÃO MAIOR?
Naquela
quarta-feira de abril histórica, uma ansiedade imensa tomou conta de mim e de
quase a totalidade da população esclarecida do país. Ía ser votado, no
Congresso Nacional , uma Emenda que estabeleceria o retorno das Eleições
Diretas para a Presidência da República e Governos Estaduais. Torcia loucamente para que a Emenda fosse
aprovada. Havia em mim um desejo
incontrolável de votar, pela
primeira vez na vida, para Presidente da República. Na noite daquele dia os noticiários anunciavam a derrota da Emenda e o seu
arquivamento . O país continuaria sem poder ter eleições diretas para aquele
cargo. Que decepção eu tive!
Em 15 de janeiro de 1985, o político matreiro e articulador, Tancredo Neves, participa das eleições indiretas para
Presidente da República, e vence no Colégio Eleitoral o deputado Paulo Maluf ,
que não era bem-visto nem pelo Governo a quem servia, e atualmente um lulista
de carteirinha. Venceu Tancredo , mas não assumiu o cargo. Uma
doença misteriosa, até hoje não esclarecida, o acometeu exatamente na véspera da Posse. Assumiu o Vice, José Sarney. E tome mais outra frustração nacional!
Depois , com a Nova Constituição da República Federativa do
Brasil, são eleitos livremente pelas massas populares : Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso,
Luis Inácio e Dilma. O país passou então
a conviver, quase que semanalmente, desde então, com um escândalo cada vez
maior do que o outro. A corrupção, que
sempre existiu ,desde a fase colonial do país,
institucionalizou-se. Espalhou-se por todo o tecido nacional. Criou-se uma neoética que pode ser assim
resumida: “ Ora! Sempre se roubou!”
Não sei, juro que não sei dizer-lhes qual foi a minha maior frustração desde a noite de 25 de abril de 1984. Estou
mentindo para vocês; eu sei muito bem qual foi a minha maior frustração, sim!
A IMPORTÂNCIA DAS GRANDES ÁRVORES
Transcrevo, a seguir, um pequeno artigo a respeito da importância desempenhada pelas árvores de grande porte na questão do sequestro do Carbono. O artigo é do pessoal do Greenpeace. Trata-se de um comentário pertinente sobre um outro artigo , publicado na revista Nature.
" Um artigo publicado na revista Nature (leia aqui, em inglês), uma das mais prestigiadas publicações do meio acadêmico, demonstrou que árvores grandes e maduras têm um importante papel para ajudar a regular a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera.
Até agora pensava-se que só as jovens florestas capturavam carbono da atmosfera, durante seu crescimento, enquanto as mais antigas, chamadas de florestas primárias, apenas armazenavam esse carbono. No entanto, vários estudos recentes têm demonstrado que as florestas primárias intactas também captam o carbono da atmosfera.
Os pesquisadores descobriram que a absorção de carbono das árvores aumenta continuamente com o seu tamanho, porque a área total da folha aumenta à medida que ela cresce. Isso permite que as árvores mais antigas e de maiores dimensões absorvam mais carbono da atmosfera.
Os autores do estudo advertem, no entanto, que as florestas têm dinâmicas complexas: árvores de grande porte estão sujeitas a taxas de mortalidade mais elevadas do que as árvores mais novas; e o número de árvores em uma determinada área pode ser maior em uma floresta jovem. Ainda assim, fica evidente que as grandes árvores antigas são muito importantes, não só para a biodiversidade, mas também para a absorção e o armazenamento de carbono.
O duplo golpe do desmatamento
As florestas, além de serem ricas em biodiversidade e fornecerem serviços essenciais para o ecossistema, armazenam aproximadamente 300 bilhões de toneladas de carbono – cerca de 30 vezes o montante anual de emissões causadas pela queima de combustíveis fosseis. O problema é que, quando elas são degradadas ou destruídas, esse carbono é liberado na atmosfera. Para piorar, grande parte do desmatamento ocorre em florestas primárias, que contém essas árvores mais antigas.
Portanto, esse novo estudo evidencia o duplo golpe que o desmatamento causa para as florestas: ele não só libera carbono na atmosfera, contribuindo para os efeitos de mudança climática, como também remove uma superfície capaz de absorver as emissões de carbono da humanidade. Daí a importância de lutar para acabar com a destruição de nossas florestas. "
19.4.14
SAUDADE DE JULIE ANDREWS
Saudade de Julie Andrews! Saudade da Noviça Rebelde, filme inesquecível! Escutem-na:
Eis uma magnífica Cb, ou seja, uma nuvem Cúmulo-Nimbo. E´uma massa imensa d'água, que se desenvolve verticalmente. Essa nuvem gera, normalmente, tempestades localizadas, acompanhadas de raios e trovões. É esse tipo de nuvem que acompanha o sistema atmosférico que causa as chuvas de verão, retardadas para outono de boa parte do semiárido brasileiro, denominado Zona de Convergência Intertropical.
CORAÇÃO MATERNO
Há músicas que marcam a pessoa para sempre. No meu caso, foi Coração Materno, de Vicente Celestino, há muitas décadas.
Minha mãe, muitas vezes, ninava-me ou me colocava para ouvir essa canção na radiola. A música era o ápice da letra dramática, extremamente dramática, brasileira da canção popular.
Os versos descrevem o amor sem medidas de um Campônio por uma moça. O Campônio quer provar à idolatrada que a ama e quer que ela lhe peça algo. A amada exige que, para provar que ele a ama, arranque o coração da mãe e traga-lhe.
Os versos me apavoravam, pois imaginava isso acontecendo com minha mãe. Contudo, adorava, paradoxalmente, ouvir Coração Materno no vinil de 78 rpm.
Nunca esqueci os versos, por mais trágicos que fossem....
Apavorava-me com os versos finais:
"Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
"Vitória, vitória, tem minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
"Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou,
Vem buscar-me que ainda sou teu!"
Eis a canção, na extraordinária interpretação de Cida Moreira.
Há músicas que marcam a pessoa para sempre. No meu caso, foi Coração Materno, de Vicente Celestino, há muitas décadas.
Minha mãe, muitas vezes, ninava-me ou me colocava para ouvir essa canção na radiola. A música era o ápice da letra dramática, extremamente dramática, brasileira da canção popular.
Os versos descrevem o amor sem medidas de um Campônio por uma moça. O Campônio quer provar à idolatrada que a ama e quer que ela lhe peça algo. A amada exige que, para provar que ele a ama, arranque o coração da mãe e traga-lhe.
Os versos me apavoravam, pois imaginava isso acontecendo com minha mãe. Contudo, adorava, paradoxalmente, ouvir Coração Materno no vinil de 78 rpm.
Nunca esqueci os versos, por mais trágicos que fossem....
Apavorava-me com os versos finais:
"Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
"Vitória, vitória, tem minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
"Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou,
Vem buscar-me que ainda sou teu!"
Eis a canção, na extraordinária interpretação de Cida Moreira.
O MEDO
Quarta-feira,
à noite, da Semana Santa de 2014, fui forçado a terminar mais cedo a minha aula
de Análise Climática. Discutía, com meus queridos alunos, um tema importantíssimo
para a questão ambiental, as relações entre o
Sol e a Terra. Apenas uns 15% de uma turma de 30 alunos compareceram à aula. Estranhei. Não pensei em boicote ,
pois os alunos nunca me fizeram tal desfeita durante as décadas em que leciono
na UFPE. O que estava acontecendo para tal esvaziamento, sobretudo no dia em
que resolvi analisar a questão das secas
e os ciclos de manchas solares?
Sentindo no ar
um misterioso “clima de apreensão” na turma, resolvi encerrar a aula antes do
tempo. Uma aluna percebendo o meu
constrangimento , conversou comigo:
- Professor, o senhor desculpe pela falta dos colegas. E´que
está todo mundo apavorado para pegar um
ônibus, pois hoje é dia do jogo do Sport com o Náutico.]
- Sim, mas por que
isso? – indaguei.
E´que agora , quando tem jogo, podemos ser agredidos ,
violentadas e até mortos dentro dos ônibus!!!!
São as torcidas organizadas, professor!
Voltei para
minha casa muito preocupado com a segurança daqueles meninos e meninas que vão à Universidade em busca do
conhecimento e mergulham no mundo do
medo. Já tive de dois anos para cá três
alunas que foram assaltadas dentro do campus e uma colega professora agredida por um bandido enquanto
saía do Gabinete dela em direção à sala de aula.
Em cada esquina
do país, o deus Pan aguarda os que saem de casa.
AS ATRIZES
Considero As Atrizes uma das mais belas composições da fase subatual de Chico Buarque. O tema traz à baila o saudosismo , ao retratar a fixação que nós, meninos dos anos 1960, tínhamos nas mulheres lindas que povoavam a nossa imaginação a partir das imagens delas que víamos estampadas na tela dos cinemas. Elas eram as nossas amantes, das quais não sentíamos ciúmes. Eram amadas por nós na solidão de um quarto ou de um banheiro.
Pouco conhecida, a canção As Atrizes merece destaque no nosso Blog.
Eis os versos:
Considero As Atrizes uma das mais belas composições da fase subatual de Chico Buarque. O tema traz à baila o saudosismo , ao retratar a fixação que nós, meninos dos anos 1960, tínhamos nas mulheres lindas que povoavam a nossa imaginação a partir das imagens delas que víamos estampadas na tela dos cinemas. Elas eram as nossas amantes, das quais não sentíamos ciúmes. Eram amadas por nós na solidão de um quarto ou de um banheiro.
Pouco conhecida, a canção As Atrizes merece destaque no nosso Blog.
Eis os versos:
As Atrizes
Chico Buarque
Naturalmente
ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
Os meus olhos infantis
Só cuidavam delas
Corpos errantes
Peitinhos assaz
Bundinhas assim
Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
Para ouvir a canção, na interpretação de Chico Buarque , clique em:
https://www.youtube.com/watch?v=gltPveqepCI
ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
Os meus olhos infantis
Só cuidavam delas
Corpos errantes
Peitinhos assaz
Bundinhas assim
Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
Para ouvir a canção, na interpretação de Chico Buarque , clique em:
https://www.youtube.com/watch?v=gltPveqepCI
18.4.14
OS PÁSSAROS
OS PÁSSAROS
Lucivânio Jatobá
O pássaro deu um voo rasteiro, como fazia sempre pelas manhãs. Apanhou um alimento e voltou para o ninho, que permanecia arrumado, apesar da inquietação de um filhote que nele habitava. Lá dentro, o filhote faminto aguardava a comida diária.
O filhote foi crescendo rapidamente. Apareceram-lhe as primeiras penas e uma necessidade de fazer um voo, semelhante ao do pai , para adquirir alimentos no chão do quintal. Equilibrando-se, com dificuldades, o filhote batia asas e sonhava com voos amplos para horizontes longínquos.
O filhote aprendeu a dar pios, que ficavam cada vez mais altos e mais alegres.
O pássaro- pai , como fazia sempre, foi buscar alimentos mais longe, numa certa manhã, e demorou um pouco mais nessa busca. Ao voltar, encontrou o ninho vazio. Ao lado, pendurado num galho, um caju mostrava-se todo roído e inerte. Só agora prestara atenção a este detalhe da árvore que abrigava todos. O pássaro-pai olhou para todos os lados, emitiu um canto triste, mas meio solene. Cantou, e cantou e cantou sempre mais alto. Inútil. Escutava apenas o barulho da discussão de duas pessoas lá fora e ruído de automóveis. Nenhum pio foi ouvido mais ...
( A foto do caju foi extraída da página da amiga Ana Amélia Lins)
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